Quando pensamos em cirurgia plástica, a primeira palavra que vem à mente é transformação, e uma transformação não somente física mas também psicológica. Porque, com toda operação realizada, os resultados vão muito além daquilo que se pode ver em frente ao espelho: os ganhos em autoestima e qualidade de vida são tão benéficos quanto a alteração estética. Porém, toda cirurgia é, em si, um pequeno risco às pacientes, pois todo procedimento invasivo acaba por modificar as formas do seu corpo, e cada pessoa reage de maneira diferente aos tratamentos. E este risco aumenta em pacientes que realizam diversas cirurgias de forma recorrente.
Entre a classe médica, não é estabelecido um limite para se realizar cirurgias plásticas durante um período de tempo (um ano, por exemplo). Mas o que vale para os profissionais é a ética médica e o bom senso, pois, se toda atividade realizada em excesso prejudica o corpo, como a realização de esforços repetitivos, imagine como muitos procedimentos invasivos podem prejudicar o seu corpo.
Um dos motivos para respeitar um período de tempo considerável entre uma cirurgia e outra é porque o organismo precisa de um tempo para se recuperar do procedimento. E isto vale mesmo para quem pensa que pode realizar uma cirurgia em um local e, logo após, fazer outro procedimento em uma região diferente, pois o estresse sofrido pelo corpo interfere diretamente no processo de recuperação. Em uma situação onde a paciente realizou a colocação de implantes e um lifting facial: os dois procedimentos são feitos em regiões completamente diferentes, o primeiro deles requer repouso e a não movimentação dos braços, o segundo requer a aplicação de compressas para desinchar o rosto.
Em algum momento, a paciente teria que desobedecer a alguma recomendação, e isto pode prejudicar inclusive o resultado final. Além disso, o Conselho Federal de Medicina recomenda que não sejam realizados procedimentos que ultrapassem 40% da extensão corporal no mesmo procedimento cirúrgico. Esta é uma medida que visa a segurança da paciente, um limite estabelecido para que a sua saúde não seja prejudicada. Os profissionais que seguem esta recomendação são, claro, licenciados pelo Conselho Regional de Medicina (CRM), fazendo parte da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP, clique aqui e tenha acesso aos cirurgiões cadastrados). O que pode acontecer é a combinação de duas ou mais técnicas no mesmo tempo cirúrgico. Caso a paciente esteja apta e deseje fazer, por exemplo, uma abdominoplastia e uma lipoaspiração, é possível planejar os procedimentos com antecedência, reduzindo assim custos com a operação e a internação, e também otimizando a recuperação posterior. Porém, é preciso lembrar que as cirurgias devem ter objetivos similares.
Antes de pensar em uma cirurgia plástica como a solução para um problema que a paciente possui, é fundamental ver nos procedimentos estéticos um caminho para o seu bem-estar, a sua saúde. Para isso, é preciso moderação e maturidade para entender que tudo tem o seu tempo, e que cada cirurgia também deve ter seus critérios respeitados, para que os resultados sejam os melhores possíveis.